domingo, 5 de maio de 2013

Suicídio




Todos dizem que ninguém tem o direito de tirar a vida nem a própria vida. Mas e se alguém já estiver morto espiritualmente  Quero dizer, imaginemos um indivíduo que apenas continua vivo não por inclinação ou por amor à vida mas sim que sente que é esse o seu dever. Será que o esforço não o destrói mais?

É verdade que a situação em que nos encontramos até pode melhorar, mas e se não melhorar? Devemos estar à espera de um futuro que não existe? É preciso ser realista, às vezes as coisas simplesmente não melhoram, por isso não devíamos viver para o futuro mas sim para o presente, porque é esse que nos faz sentir.

O ser humano vive para o prazer, o seu objetivo é a felicidade, e como todos sabemos essa só é possível sentir no momento, podemos recordar mas não dá para sentir porque as emoções já passaram. Então, se no momento em que o indivíduo existe existir uma total ausência de felicidade e tiver conhecimento que tal coisa não aparecerá em breve, porque terá ele o dever de fingir uma vontade que não tem?

Eu acredito que se o indivíduo já não se sente capacitado para aguentar a pressão do mundo, sociedade, rotina, amizades e tudo o que lhe rodeia, não devia ser julgado por desejar a morte. Talvez por a minha inclinação ser essa, a minha crença esteja influenciada, mas compreendam que viver para agradar os outros, os amigos e a família, não é viver. O ser humano é um conjunto pensamentos, emoções e sensações, o corpo é apenas algo que carrega o nosso conteúdo. As pessoas preocupam-se mais com o que é físico, mas se apenas existir isso, então não passamos de um pedaço de carne ambulante consumido pela escuridão.