sábado, 13 de abril de 2013

O Adeus às Armas - Ernest Hemingway



Foi difícil sentir prazer ao ler este livro, não porque a escrita ou a história fosse complicada mas sim porque criei um grande distanciamento com a personagem principal. Embora se siga a história pela perspetiva de Henry as suas atitudes tornam-no, na minha opinião, desprezável. Ele é desde o início egoísta e egocêntrico, pensando apenas nos seus desejos e na realização deles mesmos, custe o que custar. Esta personagem apenas serve de exemplo para fazer uma crítica aos vícios e ao ócio da sociedade, sendo bastante atual em alguns aspetos.
Tendo em conta o facto de ser um livro quase autobiográfico, e havendo um paralelismo entre o autor e a personagem, questiono-me se existirá algum sentimento de culpa pelas suas experiências e atitudes que o levam a pensar nesta personagem que pouca empatia cria com os leitores.
Em relação à estrutura do livro, fiquei bastante agradada pois, tal como me disseram, foi bastante clara. Isto é, conseguimos perceber que em cada capítulo ocorre uma ação diferente ou se fala sobre um determinado assunto inserindo uma nova informação. No entanto, verifiquei que existiam partes mais subjetivas que me deixavam na dúvida, dúvida esta que só era esclarecida capítulos mais tarde.
Outros aspetos positivos a destacar são a descrição que é feita sobre a I Guerra Mundial, onde o autor é muito frontal e quase que nos sentimosintegrados no conflito. Para além disso, podemos dizer que o seu tom realista se revela, nomeadamente, na forma verosímil como as personagens pensam. Face a um mar de ideias misturadas, o autor não tenta compô-las; mas antes as expressa tal como surgem no pensamento da personagem, tal como esta as pensa, através, por exemplo, de dúvidas, interrogações ou pausas.


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